Publicado em 22/08/2019A CPI do BNDES obteve cópia de uma perícia encomendada pela família Bertin que indicaria possível fraude num documento relacionado à incorporação do grupo pela JBS em 2009. O documento integra processo sigiloso que corre na Justiça de São Paulo.
Há suspeita de que o valor do frigorífico tenha sido superfaturado, causando prejuízo de R$ 670 milhões ao BNDES.
O suposto golpe consistiria no desvio de cerca de 66% das cotas do fundo Bertin-FIP, por meio do qual a família manteria participação na JBS, dos irmãos Batista.
As cotas foram transferidas em 2010 para a Blessed, offshore secreta com sede em Delaware. Segundo a perícia do Instituto DelPicchia, há grande probabilidade de que as assinaturas de Natalino e Silmar Bertin tenham sido forjadas.
Gilberto Biojone, que poderá ser convocado pela CPI do BNDES, sempre defendeu a veracidade das assinaturas.
Num dos documentos, também consta a firma (cuja autenticidade não foi questionada) de Alexandre Seguim, ex-diretor jurídico do grupo JBS. Na ocasião, ele trabalhava no escritório Barbosa, Müssnich & Aragão – que atuou na fusão – e assinou como testemunha.
A deputada Paula Belmonte apresentou à CPI do BNDES requerimento para a convocação de Gilberto Biojone Filho, responsável pela Blessed Holding, offshore criada pelos irmãos Joesley e Wesley Batista como artifício para sonegar R$ 3 bilhões.
A Blessed, que surgiu da incorporação do grupo Bertin pela JBS, também é alvo de investigação do MPF no Distrito Federal, pois há suspeita de que tenha sido usada para o cometimento de outros crimes, como lavagem de dinheiro.
Operação Bullish também investiga a JBS
Os procuradores estão em cima de uma possível gestão fraudulenta do BNDES no aporte de R$ 2,5 bilhões feito pela BNDESPar no frigorífico Bertin em 2008 (em troca de uma participação de 30% da empresa). Estão investigando também a fusão entre a JBS e a Bertin, ocorrida no ano seguinte.
O MPF está neste momento tentando com o Ministério da Justiça apoio da PF para aprofundar as investigações. Ou para, como gosta de dizer Jair Bolsonaro, abrir a "caixa-preta". Com informações do jornal O Globo e de O Antagonista.