Publicado em 12/03/2024Roberto Perosa, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, avalia que a recente aprovação da China para a operação de 38 novos frigoríficos brasileiros poderá adicionar R$ 10 bilhões à balança comercial do Brasil anualmente. Esse incremento considera o faturamento anual de R$ 300 milhões típico de um frigorífico de porte médio que exporta para o país asiático. A aprovação, anunciada hoje, contempla 34 frigoríficos e quatro entrepostos comerciais, com uma predominância de grandes frigoríficos.
Embora essa expansão tenha sido comemorada como um impulso para o emprego e a economia interna, a distribuição das habilitações revela uma concentração significativa nas grandes empresas, abrangendo quase todas as regiões brasileiras, exceto o Nordeste. Esta dispersão geográfica inclui estados como Tocantins, Pará, Rondônia, Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás, demonstrando a capacidade das grandes indústrias de capitalizar sobre as novas oportunidades de mercado externo, ao passo que pequenas e médias empresas, especialmente no Nordeste, permanecem à margem.
Paulo Mustefaga, presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), destacou o expressivo número de habilitações como resultado do esforço técnico e diplomático visando ampliar a participação do Brasil no mercado chinês. No entanto, ele salientou a necessidade de uma abordagem que permita a empresas de outras regiões, notadamente do Nordeste, onde a pecuária também é forte, acessarem esse mercado.