Publicado em 12/03/2024Em Lagoa Santa, na região metropolitana de Belo Horizonte, a Fazenda Aroeiras tornou-se cenário de um intenso drama familiar após ser invadida, no último dia 8, por mais de 500 membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Durante uma visita técnica na segunda-feira (11), uma das herdeiras, Patrícia Bartolomeu, expressou a dor e o estresse emocional vividos pela sua família devido à invasão. Em lágrimas, Patrícia defendeu que sua família não possui grande extensões de terra e que a propriedade sempre esteve sob cuidados e atenção constante, contrariando as acusações de abandono.
‘Me emociono por ver as pessoas lá, ocupando um espaço e falando coisas que não são verdade. A gente tá na fazenda toda hora e ver ela ocupada daquela maneira é muito difícil. Meu pai ficou lá até o dia em que ele morreu. As pessoas estão lá desvalorizando as poucas coisas que a gente pode manter. Não somos latifundiários. A gente consegue manter a fazenda do jeito que dá. Não significa que ela está abandonada ou que não temos a posse dela", disse Patrícia à rádio Itatiaia.
Letícia Santos, advogada do MST, alega que a propriedade é improdutiva e que os proprietários falharam em comprovar sua posse efetiva.
Já o governador Romeu Zema falou sobre as dificuldades enfrentadas pelos produtores rurais e criticou a prática de invasões, relacionando-a à perturbação do trabalho rural e à crise no setor leiteiro, exacerbada pela queda de preços e aumento das importações.
Uma audiência de conciliação foi marcada para a manhã de quarta-feira (13), envolvendo todas as partes interessadas, incluindo os herdeiros da Fazenda Aroeiras, representantes legais, órgãos públicos e a Prefeitura de Lagoa Santa. A audiência foi determinada pela justiça.