Publicado em 08/03/2024Em fevereiro de 2024, o custo de produção do leite, conforme o Índice de Custo de Produção de Leite (ICPLeite) da Embrapa, apresentou uma redução de 3,3%, marcando um fim na tendência de alta observada desde julho de 2023. Esse declínio acontece em um contexto de aumento dos preços internacionais e do leite pago ao produtor, o que indica uma possível melhora nas margens de lucro do setor. O acumulado dos dois primeiros meses do ano registrou uma deflação nos custos de produção de 2,3%, e a comparação anual entre fevereiro de 2024 e fevereiro de 2023 mostra uma diminuição de 3,4% nos custos.
A principal força por trás da queda de custos em fevereiro foi a redução nos gastos com alimentação do rebanho. A categoria de Concentrado teve uma significativa queda de 7,6%, influenciada pela diminuição nos preços de ração, farelos de soja, milho, trigo, além do caroço e farelo de algodão. Outros fatores que contribuíram para a queda incluem a redução nos preços de adubos e defensivos, que afetou o custo do grupo Volumosos (-2,1%), e uma leve diminuição no grupo Minerais (-0,2%).
Em contrapartida, o setor de Sanidade e reprodução viu um aumento de 2,3% nos custos em fevereiro. Outros grupos, como Energia e combustível, tiveram um leve aumento de 0,7%, enquanto os custos com Mão de obra e Qualidade do leite permaneceram estáveis.
No primeiro bimestre de 2024, a queda nos custos de produção foi de -2,3%, puxada principalmente pela alimentação do rebanho, onde todos os grupos registraram quedas significativas. Os Minerais lideraram com uma redução de -22,2%, seguidos por Volumosos (-13,3%) e Concentrado (-9,9%). Por outro lado, houve aumentos nos custos com Energia e combustível (20,3%), Mão de obra (17,7%), Qualidade do leite (12,3%) e Sanidade e reprodução (7,2%).
A análise dos custos de produção ao longo de doze meses revela uma variação negativa de 3,4%, com todos os grupos relacionados à alimentação apresentando quedas de dois dígitos. O grupo Minerais registrou a maior queda (-20,6%), seguido por Volumosos (-11,6%) e Concentrado (-10,1%). No entanto, quatro grupos tiveram aumentos significativos, com Energia e combustível (19,6%) e Mão de obra (10,9%) liderando os custos, seguidos pelos grupos Sanidade e reprodução e Minerais, que acumularam aumentos de 7,0% e 3,5%, respectivamente.
A tendência de custos em 2023 foi marcada por dois períodos distintos, conforme ilustrado pelo ICPLeite/Embrapa. Após um período de quedas contínuas de março a junho, os custos voltaram a subir até janeiro de 2024. A queda em fevereiro interrompeu essa sequência, aproximando os custos aos níveis observados em novembro do ano anterior.