Publicado em 06/03/2024A comercialização de fertilizantes no Brasil enfrenta um atraso sem precedentes, refletindo a cautela dos produtores diante de adversidades climáticas e perdas nas safras. Até o final do primeiro bimestre, o mercado brasileiro registrou apenas 20% das aquisições esperadas para o ano de 2024, uma redução significativa se comparado aos cerca de 40% habituais para o mesmo período em anos anteriores.
A situação atual está provocando tensões na cadeia logística, com previsões de diversos gargalos. "Estamos diante de um estresse muito alto na cadeia logística, o que pode resultar em problemas logísticos devido à inédita lentidão nas compras para o avanço do ano," afirmou o presidente de uma das principais empresas do setor após um evento em Brasília.
Apesar de não divulgar projeções exatas de vendas para 2024, a companhia apontou que a desaceleração é uma realidade geral do mercado, podendo acarretar em dificuldades de distribuição e logística nos próximos meses. Isso porque, com a normalização das vendas, é possível que haja acúmulo de pedidos nas revendas, e os fertilizantes podem não ser entregues a tempo para o plantio da safra 2024/25.
Uma análise da consultoria StoneX revela que até fevereiro, as vendas de fertilizantes programadas para entrega no primeiro semestre alcançaram 51%, contra 62% no ano anterior e 60% em fevereiro de 2022. Para o segundo semestre, período crucial para o calendário agrícola da safra 2024/25, a taxa de comercialização também caiu, situando-se em torno de 20%, enquanto nos últimos dois anos, essa taxa era de 30% para o mesmo intervalo.