Publicado em 06/01/2020O ano passado foi marcado por discussões e turbulência no mercado de fretes rodoviários, diante da espera pelo julgamento sobre a validade da tabela de preços mínimos, que não ocorreu no Supremo Tribunal Federal (STF), e do descontentamento de produtores, tradings e caminhoneiros quanto aos valores praticados.
A incerteza perdura neste início de 2020, e com o andamento dos trabalhos de colheita de mais uma safra recorde de grãos no país, o transporte das cargas pelas rodovias do país deverá subir, em média, pelo menos 5% nos próximos meses, pouco acima da inflação. Em algumas regiões de maior concorrência, as altas poderão superar 10%. E o pico de demanda será em março, e não em janeiro e fevereiro, como foi em 2019.
Esse é o cenário traçado pelo Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial (Esalq-Log), que acompanha de perto esse mercado e foi contratado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para destrinchar os custos dos caminhoneiros e bolar uma tabela de preços mínimos capaz de apaziguar os ânimos na cadeia produtiva.
Abner Matheus João, pesquisador da Esalq-Log, lembra que os grãos foram semeados nesta safra no período tradicional – e não antecipadamente, como no ciclo 2018/19 -, de forma que a colheita ganhará força a partir de fevereiro na maior parte dos polos, e não coincidirá com o escoamento de açúcar para exportação, o que aconteceu no ano passado. “Voltaremos a uma normalidade de demanda por caminhões”. Com informações do Valor.