Publicado em 12/11/2019O sistema do seguro DPVAT não funcionava de maneira adequada, afirmou a superintendente da Susep, Solange Vieira, durante evento da Associação Brasileira de Gerenciamento de Riscos (ABGR), em São Paulo, nesta terça-feira. O governo anunciou na segunda-feira a extinção do seguro obrigatório a partir do próximo ano. Segundo Solange, “o modelo tinha muitos problemas, era ineficiente e havia uma corrupção enorme”.
A superintendente da Susep disse em entrevista após a palestra que vários órgãos, como a Polícia Federal (PF), apontaram sérios problemas no sistema. Conforme a dirigente, a parcela de recursos do DPVAT direcionada ao Sistema Único de Saúde (SUS) está garantida pelos próximos três anos. “Para isso existe um fundo com sobras da arrecadação do seguro de R$ 8 bilhões”, afirmou.
Solange ressaltou, no entanto, que a verba do DPVAT repassada ao SUS representa apenas 0,79% do orçamento do sistema de saúde público. “Os 50% da arrecadação do DPVAT direcionados ao SUS representam apenas 0,79% do orçamento, ou seja, o impacto do fim do DPVAT é pouco significativo para o SUS.”
De acordo com a superintendente, a população de baixa renda não ficará desassistida porque os acidentados já são atendidos pelo próprio SUS. “O benefício de prestação continuada já atende os acidentados de baixa renda”, apontou.
Para a dirigente, os motoristas têm de contratar coberturas de responsabilidade civil para cobrir os problemas causados a terceiros. “Esperamos que aumente o número de motoristas que queiram contratar seguro”, considerou. Solange explicou que a obrigatoriedade de contratação do DPVAT já termina a partir de 2020. Com informações do Valor.