Publicado em 17/05/2018O deputado federal e pré-canditato à Presidência da República, Jair Bolsonaro, disse, nesta quarta-feira (16/5) que, no que depender dele, o produtor rural terá um fuzil na propriedade. Ele fez a declaração durante passagem pela Agrobrasília, feira de tecnologia agrícola realizada em Brasília (DF).
"No que depender de mim, o homem do campo vai ter fuzil em sua propriedade. Isso não é ser radical", disse Bolsonaro, acrescentando que deixar o agricultor desarmado é ser "inconsequente e irresponsável" e deixá-lo "à mercê do MST e outros tipos de bandidagem".
Bolsonaro defendeu o endurecimento de penas para crimes como o roubo de insumos nas lavouras. "Ninguém vai pra cadeia por causa disso". Disse ainda que ações de movimentos como o dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, devem ser tratadas como criminosas.
"Reforma Agrária pode continuar fazendo para a agricultura familiar. Não invadir propriedade de quem quer que seja para forçar. Invadiu a fazenda, chácara, casa ou apartamento, para mim, é um ato criminoso e tem que ser repelido com retaguarda jurídica", afirmou.
Questionado sobre políticas voltadas para a agropecuária, afirmou que é preciso que país tenha um presidente que, na visão dele, "não atrapalhe" a produção. E sinalizou a necessidade de discutir assuntos como o passivo do Fundo de Apoio ao Trabalhador Rural (Funrural), e a Lei Kandir, de incentivo às exportações.
Sobre o atual sistema de crédito rural, estruturado no Plano Safra, afirmou é um assunto que pode ser conversado. Ressaltou apenas a importância do Banco do Brasil como agente financiador da produção.
"Alguns falam em privatizar o Banco do Brasil. Eu sou contra. Quem é que, em grande parte, vai financiar e com que taxa de juros?", disse.
Bolsonaro defendeu ainda que o Ministério da Agricultura seja o único responsável pela liberação de agrotóxicos no Brasil. Na avaliação dele, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve ficar fora dessa discussão. A legislação sobre esses produtos está em discussão no Congresso Nacional, com suporte da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA).
Questionado se apoia o texto como está sendo proposto na comissão que discute o assunto, o pré-candidato à presidência disse que não pertence à bancada ruralista.
"No que dependesse de mim, seria diferente essa propositura. Hoje em dia é a Anvisa que decide a liberação. Querem trazer a responsabilidade para o Ministério da Agricultura. No que depender de mim, apenas o MInistério da Agricultura decidiria a liberação de defensivos", disse.
Alckmin também esteve na Agrobrasília
O ex-governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência, Geraldo Alckmin, defendeu, nesta quarta-feira (16/5) , mais segurança no campo, tanto na parte jurídica quanto no combate à criminalidade. Ele visitou a Agrobrasília, feira de tecnologia agrícola realizada no Distrito Federal.
“Segurança jurídica: invadiu, desinvade. É imediato. É intolerável a invasão de propriedade. Segurança pública: investigação, prisão de criminosos, tirar arma de bandido, enfrentar o crime organizado integrar inteligência, informação, tecnologia e ação diplomática”, disse Alckmin.
Também nesta quarta-feira, ao falar de segurança no campo, na Agrobrasilia, o deputado Jair Bolsonaro, tambem pré-candidato à Presidência, defendeu que cada proprietário rural tenha um fuzil para defender a propriedade. Ao questionado sobre esse assunto, Alckmin disse apenas que “cada produtor tem que ter um trator para poder produzir, alimentar o povo e melhorar a produtividade”.
Afirmando que a vocação do Brasil é a produção agropecuária, Alckmin defendeu uma politica pautada por seguro de renda, plano plurianual de credito rural, sanidade animal e vegetal, conquista de mercados e melhoria da logística. Visitando um evento que tem como organizador uma cooperativa agropecuária, o pré-candidato disse que o sistema cooperativista deve ser fortalecido.
“O cooperativismo tem escala, dá força para o menor. É um grande caminho”, afirmou.
Alckmin disse ainda que o modelo atual de registro e liberação de agrotóxicos pode ser aprimorado. E que é possível conciliar o crescimento da produção com a preservação do meio ambiente e da saúde humana.
Em relação à cobrança do Fundo de Apoio ao Trabalhador Rural (Funrural), disse que é preciso ter regras claras. “Foi equacionado. O importante é daqui para frente ter regra clara para todo mundo. Quanto ao passado, o caminho é o da negociação, do entendimento.”
Ao falar sobre o cenário eleitoral, Geraldo Alckmin sinalizou discordar do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, para quem a aliança entre PSDB e Democratas está terminando. Lembrou que as duas legendas devem compor chapa em diversos estados. Disse, no entanto, que respeita a decisão do DEM, de colocar Maia como pré-candidato ao Panalto.
“O DEM deve ter um candidato, que é o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Uma liderança jovem, uma das melhores vocações da nova geração”, afirmou.
Questionado sobre própria candidatura, o tucano minimizou os resultados das recentes pesquisas de intenção de voto e previu que chegará o momento de crescer. “A campanha não começou ainda. Vai ser de resistência ate junho, mas vai ser uma campanha de chegada. Vamos crescer na hora certa.” Com informações do Globo Rural.