Publicado em 20/04/2018O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse que os embargos da União Europeia vão impactar em até 35% as exportações da carne de frango brasileira. A declaração foi feita durante uma visita em Campo Mourão, no centro-oeste do Paraná, nesta quinta-feira (19).
A União Europeia (UE) anunciou a proibição de 20 frigoríficos brasileiros de exportar frango para o bloco econômico. No Paraná, a restrição atinge oito frigoríficos. O embargo entrará em vigor 15 dias após a decisão ser oficialmente publicada.
O ministro declarou que o impacto é grande e que o mercado terá que ser substituído muito rapidamente por outros.
"Todos os frigoríficos que estão exportando não exportam só para a Europa, tem mercado interno, tem mercado na Ásia, tem mercado no México, tem mercado em vários lugares do mundo. Então, nós temos um problema, mas que não é o fim do mundo”, declarou.
Conforme comunicado da UE, a medida foi proposta devido a deficiências detectadas no sistema brasileiro oficial de controle sanitário.
Maggi reclamou da decisão pois, segundo ele, se o Brasil decidir pagar um imposto de 1.024 euros por tonelada, e exportar o frango como carne in natura, não haverá restrição.
"Então não é uma questão de saúde", afirmou o ministro. Ele informou, ainda, que o Brasil vai recorrer à Organização Mundial de Comércio (OMC) contra as restrições à carne brasileira pelo bloco.
Maggi explicou que, para os frigoríficos embargados serem restabelecidos no mercado da UE, é necessário pedir uma nova missão, com a segurança de que a situação das empresas está correta.
Para analisar todos os processos, o ministro informou que uma reunião com cooperativas e empresas foi marcada para a próxima semana, em Brasília (DF).
“Para que a gente possa conversar e fazer um raio-x dos problemas que nós temos. Principalmente, dessas empresas que foram afetadas”, declarou.
Ele lembrou que as outras empresas do setor continuam trabalhando, já que a proibição de exportação atinge apenas algumas empresas, não o Brasil como um todo.
“Foi de algumas empresas que estavam apresentando problemas de salmonela”, esclareceu.
O ministro não soube estimar o tempo que as empresas embargadas vão precisar para se adequar às exigências e voltar a exportar frango para a UE. Mas antecipou que elas terão que cumprir uma lista de condições que a comunidade europeia deve apresentar.
“Uma vez sanados esses problemas, feitos os planos de contingência, resolvidos os problemas, nós vamos pedir novamente a reabilitação deles [dos frigoríficos]”, explicou Maggi.
Para o ministro, após a deflagração da 1ª fase da Operação Carne Fraca, em março de 2017, a divulgação de informações criou um pânico nos mercados com os quais o país trabalhava. A ação da Polícia Federal apurou um esquema de corrupção na fiscalização de frigoríficos e a suspeita de venda de carne vencida e de qualidade duvidosa.
“A partir daí, passamos a ter uma fiscalização de 100 % das nossas exportações. Chegamos a ter 80 contêineres rechaçados em um único mês, que seguiam para a Europa”, explicou Maggi.
Ainda segundo o ministro, depois do trabalho do Ministério da Agricultura, o número de cargas rejeitadas caiu para 10. “Estamos dentro de um nível aceitável e melhor que muitas partes do mundo”, pontuou. Com informações do G1.