Publicado em 12/11/2015O ganho de R$ 9,455 bilhões com derivativos para proteção cambial e o melhor desempenho operacional no Brasil levou a JBS a registrar o maior lucro trimestral de sua história. Conforme balanço divulgado hoje, a companhia fechou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 3,441 bilhões, montante mais de três vezes superior ao lucro de R$ 1,092 bilhão registrado em igual período de 2014.
Os ganhos com derivativos, que já eram esperados pelo mercado, resultam da política de hedge da empresa, que visa proteger 100% da exposição cambial - incluindo as operações fora do Brasil, que geram receita em dólar. Com essa política, a JBS conseguiu mais do que compensar o efeito da alta do dólar sobre o valor em real de suas dívidas. No terceiro trimestre, o ganho com derivativos superou em R$ 3,38 bilhões a variação cambial negativa.
Diluída pela política de hedge no lado financeiro, a alta do dólar também impulsionou a receita líquida da companhia, bem como a rentabilidade das exportações de carnes a partir do Brasil. No terceiro trimestre, a JBS teve uma receita líquida de R$ 43,028 bilhões, incremento de 39,8% ante os R$ 30,778 bilhões registrados no mesmo trimestre do ano passado.
Operacionalmente, o lucro da JBS também registrou expressivo aumento. Entre julho e setembro, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado totalizou R$ 3,833 bilhões, crescimento de 6% na comparação com o Ebitda de R$ 3,617 bilhões reportado no mesmo período do ano passado.
A margem Ebitda, no entanto, teve queda, pressionada principalmente pela menor rentabilidade da controlada americana Pilgrim's Pride, que produz carne de frango. No terceiro trimestre, a margem Ebitda consolidada da JBS ficou em 8,9%, recuo de 2,9 pontos percentuais ante a margem de 11,8% do terceiro trimestre do ano passado.
Entre as divisões de negócios da JBS, os principais destaques positivos foram a JBS Foods e JBS Mercosul, subsidiárias que reúnem as operações de carne de frango, suína e carne bovina no Brasil. Nos dois casos, a alta do dólar elevou a rentabilidade das exportações.
Além disso, a Seara, principal marca da JBS Foods, seguiu ganhando participação no mercado de alimentos processados brasileiro, o que reforça o cenário de pressão sobre a líder BRF. Em relatório, a JBS também ressaltou que o aumento de participação de mercado foi conseguido mesmo no ambiente mais concorrido do mercado, por conta da crise econômica.
"Apesar do alto nível de promoções no mercado observado a JBS Foods continuou apresentando uma evolução de market share", informou a empresa. Para continuar em trajetória ascendente, a JBS Foods manteve praticamente estável o preço médio de seus produtos processados no mercado doméstico. Em média, os produtos subiram 0,2% ante a média do segundo trimestre. Com informações do Valor.