Publicado em 22/06/2015A Marfrig surpreendeu a todos este fim de semana e anunciou em plena tarde de domingo que, ao invés de fazer o IPO (Oferta Pública Inicial na sigla em inglês) da sua subsidiária europeia, a Moy Park, ela irá vendê-la para sua concorrente, a JBS Friboi. Com isso, o frigorífico de Joesley Batista mergulha de cabeça em mais uma aquisição apesar de ter dito que iria focar em crescimento orgânico e não em M&A (processos de fusões e aquisições). Mas isso não é de todo ruim na avaliação do BTG Pactual.
Em relatório assinado pelos analistas Thiago Duarte e José Luis Rizzardo, o banco de investimentos estima a transação em R$ 4,7 bilhões, com R$ 1 bilhão de transferência de dívida e R$ 3,7 bilhões em ativos. Apesar do tamanho da operação, o valor da empresa é de apenas 6% do da JBS. Além disso, a equipe do BTG ainda lembra que a dívida adicional só vai levar a alavancagem do frigorífico de 2,3 vezes no múltiplo dívida líquida sobre Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para 2,6 vezes.
Por fim, uma outra qualidade do processo é o que os analistas avaliam como uma barganha no preço de compra da Moy Park em vista das suas "consistentes margens operacionais". Considerando tudo isso, o research afirma que nada é grande demais para a JBS.
Como consequência da aquisição, o BTG agora vê a JBS operando com um múltiplo Valor da Empresa pelo Ebitda em 6,8 vezes, ainda em linha com a média histórica. O preço-alvo das ações da companhia fica em R$ 21, contra os R$ 16,46 no patamar atual, o que significa 27,58% de upside (valorização).
Já segundo o Bradesco BBI, em relatório assinado pelo analista Gabriel Vaz de Lima, o acordo reduz a alavancagem da Marfrig. Para a JBS, embora o alto múltiplo pago pela Moy Park, o impacto sobre a valuation e a alavancagem é bastante limitada. Com informações do Infomoney.