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Filé subiu muito mais que a arroba
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Publicado em 09/08/2011O corte bovino filé mignon ficou 38,7% mais caro na comparação entre os preços em adoção no varejo de Cuiabá (MT) entre agosto de 2010 e o mesmo mês de 2011. Enquanto isso, na outra ponta da cadeia produtiva, o preço pago pela arroba do boi gordo ao pecuarista, em Mato Grosso, registrou um aumento de apenas 16,6%, passando de R$ 76,58 para R$ 89,26 em agosto de 2011, uma diferença de 93%. “Precisamos de preços mais justos e o varejo não pode tratar o consumidor com esse desrespeito, pois nada explica esses aumentos exorbitantes”, disse o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari.
A média no aumento dos preços da carne bovina nas gôndolas dos supermercados em Cuiabá foi de 22,9%, segundo levantamento feito pela Associação dos Proprietários Rurais (APR/MT). Esse percentual mostra uma diferença de 63% em relação ao preço da arroba do boi gordo. Os cortes considerados ‘nobres’, da parte traseira do boi, chegaram a aumentar até 38,7%, como é o caso do filé mignon, que custava R$ 20,27 o quilo em agosto do ano passado e saltou para R$ 28,12 neste mês. A picanha acompanhou a tendência e passou de R$ 24,31 o quilo para R$ 33,26, registrando uma majoração de 36,8%. O contra filé subiu menos, 22,4%, passando de R$ 15,66 o quilo para R$ 19,16. A maninha, boa para um churrasco, saltou de R$ 16,16 para R$ 21,58, um aumento de 33,5%. Os cortes da parte dianteira chamados popularmente de ‘carne de segunda’ foram menos valorizados, mas também tiveram performance acima do observado na arroba, como o músculo que aumentou 21,4%, saindo de R$ 8,56 para R$ 10,39. A costela teve um aumento no varejo de 19%, saindo de R$ 6,63 em agosto de 2010 para R$ 7,89 em agosto deste ano. O acém que era vendido nos açougues por R$ 7,49 subiu para R$ 9,79 neste mês de agosto, uma diferença de 30,7%. (Veja quadro)
Vacari analisa que “nos últimos anos houve uma melhor distribuição de renda no Brasil e isso levou muitos consumidores que pertenciam a uma classe social para um melhor poder aquisitivo, o que proporcionou uma maior participação desses consumidores ao acesso da proteína vermelha”. O superintendente observa que o mercado interno é muito bom e tem um potencial tremendo. Mas, ele ressalta que para estimular o consumo dos brasileiros “temos de tratar melhor o povo, oferecendo um preço mais justo e não como vem acontecendo com os atuais preços cobrados pelo varejo”.
Um levantamento divulgado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostra que o movimento de ascensão é grande por parte da população brasileira, com destaque para o aumento do consumidor da classe “C”. Sendo esse aumento da procura pela carne bovina apontada em alguns meses como um dos causadores do aumento da inflação oficial, favorecendo o aumento do peso do subgrupo carnes no IPCA de 1,61% em julho de 2006 para 2,41% em julho deste ano. O mercado interno está cada dia mais em alta, principalmente num momento em que as exportações estão em baixa. Com informações do Diário de Cuiabá. |
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