Publicado em 05/11/2024Os resultados das eleições presidenciais dos EUA podem impactar o comércio agropecuário global, influenciando diretamente o Brasil. A disputa entre Kamala Harris e Donald Trump levanta questões sobre tarifas, protecionismo agrícola, além do futuro das exportações americanas.
Com a demanda chinesa por produtos agrícolas dos EUA em desaceleração, o Brasil tem ganhado espaço no mercado asiático, consolidando-se como maior fornecedor de soja e milho para a China. Esse avanço ocorreu após a guerra comercial entre EUA e China, iniciada no governo Trump, que resultou em tarifas para produtos americanos e abriu caminho para o Brasil se tornar um parceiro-chave da China.
O real desvalorizado e melhorias em infraestrutura têm fortalecido a competitividade dos produtos brasileiros. Até agosto, o Brasil exportou 63,9 milhões de toneladas de soja para a China, representando 76% de suas exportações do grão, segundo a Anec.
Associações de produtores de grãos nos EUA, tradicionalmente conservadoras, demonstram preferência por Trump, que promete incentivos ao setor, mas enfrenta o desafio de equilibrar protecionismo e expansão de exportações.
Dependendo das políticas adotadas, o Brasil pode ser favorecido ou prejudicado. Este ano, o país ultrapassou os EUA em exportações de algodão e mantém a liderança na soja.
Projeções do USDA indicam aumento das exportações americanas em 2024/25, mas há incertezas sobre a continuidade do fornecimento para a China, devido às tensões tarifárias. A China representa um importante mercado para o agro americano, absorvendo 52,45% das exportações de soja e 10,98% de trigo dos EUA.