Publicado em 18/10/2024Nas últimas semanas, o mercado de boi gordo no Brasil tem mostrado sinais de virada de ciclo, afetando as margens de lucro dos frigoríficos, conforme aponta o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP.
Em outubro, até o dia 16, o preço da arroba do boi gordo em São Paulo atingiu R$ 292,19, um aumento de 14,4% em relação a setembro. No mesmo período, a carcaça casada bovina na Grande São Paulo subiu 11,7%, chegando a R$ 20,05 o quilo.
A diferença entre o preço do "boi casado" e o valor pago pela arroba ao pecuarista caiu, pressionando as margens dos frigoríficos. Em outubro, essa diferença foi de R$ 8,10, contra R$ 15,19 em setembro.
De janeiro a setembro, a diferença média entre o preço do boi e da carne foi de R$ 12,76. O pico foi de R$ 15,23 em junho, enquanto o valor mais baixo foi de R$ 7,93 em janeiro, próximo ao patamar atual.
Pesquisadores do Cepea relataram que os frigoríficos estão resistindo a pagar preços maiores aos pecuaristas, especialmente no mercado interno. Para contornar a situação, estão comprando em regiões mais distantes, abater fêmeas para exportação à China e negociando antecipadamente lotes de confinamento.
A oferta limitada de animais prontos para abate tem elevado os preços na maioria das regiões monitoradas pelo Cepea. No dia 16 de outubro, as negociações em São Paulo variaram entre R$ 294 e R$ 312.
O indicador de outubro já acumula alta de 9,5%. Preços acima de R$ 290 também foram registrados no Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Goiás, com negócios chegando a R$ 300.
No mercado de carne, a carcaça casada bovina na Grande São Paulo acumulou alta de 12,4%, com o preço médio de R$ 21,01 por quilo. O indicador do boi gordo fechou em R$ 300,30, nível que não era visto desde fevereiro de 2023.