Publicado em 14/10/2024O Frigol, quarto maior frigorífico de carne bovina do Brasil, iniciou um processo de alongamento de dívidas após captar R$ 160 milhões via Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) em 11 de outubro. A meta é alcançar 70% do passivo no longo prazo e, até o fim do ano, atingir 80%. No segundo trimestre, a dívida bruta era de R$ 557,6 milhões, com 26% de longo prazo.
Eduardo Masson, diretor financeiro do Frigol, destacou que a empresa busca melhorar seu passivo constantemente e já havia emitido dois CRAs em 2022. Para ele, o novo título representa o reconhecimento do mercado e foi o primeiro a receber rating da Moody's, com coordenação dos bancos Bradesco BBI e Safra. "O rating nos permite acessar um mercado mais amplo e reduzir custos", disse.
A Moody's classificou o frigorífico com rating A- e a emissão com rating A, com taxa de CDI + 4% ao ano, abaixo dos CDI + 5,75% dos títulos anteriores. A empresa também planeja lançar um título vinculado à sustentabilidade.
Operacionalmente, o Frigol está diversificando seus mercados de exportação, com foco na Ásia, embora China e Israel permaneçam como principais compradores. "Estamos explorando a Indonésia e Hong Kong e tentando abrir o mercado da Malásia", afirmou Eduardo Miron, diretor-presidente da empresa.
Os resultados do terceiro trimestre de 2024 ainda não foram fechados, mas Miron indicou que devem ficar em linha com o mesmo período de 2023, quando o lucro foi de R$ 13 milhões. O volume de abates e a receita líquida devem crescer no comparativo anual. No entanto, Miron alertou para os desafios no quarto trimestre devido à alta nos preços do boi gordo, agravada pela seca e incêndios, o que dificulta repassar custos ao longo da cadeia.