Publicado em 14/10/2024Os recursos disponibilizados pelo BNDES para uma linha de capital de giro voltada a produtores rurais e cooperativas do Rio Grande do Sul, afetados pelas enchentes deste ano, esgotaram-se em cerca de 10 minutos na sexta-feira (11). Executivos de instituições financeiras informaram que foram alocados pouco mais de R$ 400 milhões, valor considerado insuficiente pelo setor.
A linha de crédito, parte de um montante de R$ 15 bilhões do Fundo Social destinado à ajuda pós-catástrofe, já havia sido amplamente utilizada por micro e pequenas empresas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou uma lei que autoriza um novo aporte de R$ 5 bilhões, sendo que R$ 2,5 bilhões poderão reforçar essa linha.
Lucas Scheffer, líder do Movimento SOS Agro RS, afirmou que não buscou o crédito do BNDES por falta de recursos. Ele estima que a dívida dos agricultores gaúchos chega a R$ 35 bilhões, enquanto os recursos prometidos cobrem apenas 10% a 20% desse valor. Segundo Scheffer, muitos produtores endividados não conseguem acessar o crédito por falta de garantias.
O senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) reforçou a necessidade de um novo aporte de R$ 10 bilhões no Fundo Social. Ele também pediu mudanças no Fundo Garantidor de Crédito para facilitar o acesso dos produtores ao crédito. Heinze e a senadora Tereza Cristina (PP-MS) pressionam os ministros da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário por explicações sobre as medidas de socorro ao setor.
O BNDES, em nota, informou que, até setembro, foram aprovados R$ 5,9 bilhões em crédito para o setor agropecuário do Rio Grande do Sul e que R$ 412 milhões foram destinados a 400 operações de capital de giro emergencial. O banco aguarda novos recursos para dar continuidade ao programa de recuperação.