Publicado em 20/09/2024O rebanho bovino brasileiro cresceu 1,6% em 2023, atingindo 238,6 milhões de cabeças, o maior número desde o início da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) em 1974, segundo o IBGE. Apesar do aumento, o ritmo de expansão foi menor que em 2022, sinalizando uma possível reversão no ciclo de criação de bovinos, como explica a supervisora da pesquisa, Mariana Oliveira.
A mudança no ciclo é evidenciada pelo aumento do abate de fêmeas e pela queda no efetivo em regiões como Centro-Oeste (-0,6%) e Sudeste (-2%). Em 2023, o abate de bovinos chegou a 34,1 milhões de cabeças, o segundo maior da série histórica.
As exportações de carne bovina in natura cresceram 0,7% em volume, mas o faturamento caiu 19,6%. A China foi o principal destino, comprando 59,6% da carne exportada, uma queda de 3,4% em relação a 2022.
Mato Grosso liderou o ranking de rebanho bovino, com 34 milhões de cabeças, seguido por Pará e Goiás. No ranking dos municípios, São Felix do Xingu (PA) manteve a liderança com 2,5 milhões de cabeças, apesar da queda de 2,8%.
A produção de leite atingiu 35,4 bilhões de litros em 2023, um recorde impulsionado pela maior produtividade, apesar da redução de vacas ordenhadas para 15,7 milhões, o menor número desde 1979. Minas Gerais liderou a produção com 9,4 bilhões de litros, seguido por Paraná e Rio Grande do Sul.
O valor da produção de leite somou R$ 80,4 bilhões em 2023, aumento de 0,4% em relação a 2022. Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul foram os principais estados produtores. Castro (PR) foi o município com maior produção de leite, com 454 milhões de litros.
A entrada maciça de leite importado, aumento de 87% em relação a 2022, e a fraca demanda interna pressionaram o preço do leite, que caiu de R$ 2,31 para R$ 2,27 por litro.