Publicado em 12/08/2024Lula anunciou a criação do "Comitê Permanente de Construção da Paz no Campo", incluindo um representante do MST entre os membros encarregados de "formular políticas públicas para combater a violência no meio rural". O representante do MST será indicado em breve, conforme a resolução que exige a apresentação de um currículo resumido dos indicados.
O Comitê, formado por 32 órgãos públicos e organizações, conta com representantes do MDA, Incra e outras entidades, incluindo grupos que também apoiam invasões de terras, como a Contag, Movimento das Mulheres Camponesas (MMC), Pastoral da Juventude Rural (PJR) e Contraf.
Entidades do agronegócio, como a CNA, SRB e UDR, foram excluídas da lista.
O governo e o PT mostram alinhamento com o MST. Na semana passada, o diretório nacional do PT, liderado por Gleisi Hoffmann, entrou com uma ação no STF contra uma lei do Rio Grande do Sul que pune invasores de fazendas e prédios públicos. A lei, aprovada em julho pela Assembleia Legislativa gaúcha, prevê a perda de benefícios sociais e a proibição de nomeação para cargos públicos para os envolvidos em invasões. O PT argumenta que a lei visa criminalizar e penalizar ocupações com fins de moradia ou subsistência.
No terceiro mandato, o presidente Lula concedeu cargos estratégicos ao MST na Presidência da República, no Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e no Incra, com o objetivo de conter as invasões de terras promovidas pelo movimento como forma de pressionar pela reforma agrária. No entanto, as invasões aumentaram 213% no ano passado em comparação ao ano anterior e continuam em alta este ano. Em junho, o governo convidou o MST para participar da elaboração do plano safra da agricultura familiar, em mais uma tentativa de cooptação.