Publicado em 09/08/2024Nesta quinta-feira (8), milhares de produtores rurais do Movimento SOS Agro promoveram uma manifestação em Porto Alegre exigindo ações mais efetivas do governo federal após os recentes desastres climáticos no Rio Grande do Sul. O protesto começou com tratores na Orla, e por volta das 10h, cerca de 3 mil pessoas já estavam presentes. Os protestos se espalharam por diversas cidades do estado.
A insatisfação dos produtores aumentou após a publicação de uma Medida Provisória (MP) em 31 de julho, considerada insuficiente tanto por eles quanto por entidades como a Farsul. Segundo a coordenadora do movimento, Graziele de Camargo, a MP "não atende ninguém, é rasa e burocrática". Durante um ato na Casa do Gaúcho, Graziele afirmou que o objetivo do movimento é "recuperar a dignidade dos produtores e permitir que continuem colocando alimento na mesa das pessoas".
O presidente da Farsul, Gedeão Pereira, criticou a burocracia da MP, classificando-a como "capenga e difícil de acessar".
Produtores de várias regiões participaram da manifestação. Gabrielly da Silveira Cavalheiro, pecuarista de Cachoeira do Sul, relatou que muitos produtores enfrentam dificuldades extremas, incluindo problemas de saúde mental, devido à falta de condições de produzir e de renda.
O governador Eduardo Leite também discursou, destacando que, apesar das diferenças ideológicas, o movimento é legítimo e apartidário. Ele criticou a complexidade da MP, afirmando que "as regras são tão difíceis e burocratizadas que fica complicado acessar os recursos".
Carlos Joel da Silva, presidente da Fetag, revelou que solicitou ao Ministério do Desenvolvimento Agrário que as próximas medidas sejam discutidas com as entidades antes da publicação, para garantir que atendam às necessidades dos produtores.
Antes do ato principal, Édio Della Vechia, agricultor de Triunfo, relatou perdas significativas nas lavouras devido às enchentes, criticando as promessas não cumpridas pelo governo.