Publicado em 05/12/2023O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou um plano de reflorestamento na Amazônia que inclui um controverso financiamento ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e outros grupos.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, declarou que o programa, parte do "Arco do Reflorestamento", envolve a destinação de 450 milhões de reais do Fundo Amazônia para projetos de restauração da floresta, sem exigência de reembolso. Esta decisão tem gerado críticas devido à possibilidade do MST acessar esses recursos.
Mercadante explicou: “Recursos não reembolsáveis para os movimentos sociais, para o MST, para a Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), os assentamentos, povos indígenas, quilombolas, as comunidades ribeirinhas. Para viveiro de mudas, para o plantio de uma parte nativa e produtiva: açaí, cacau, castanha do Brasil, do Pará, cupuaçu... são todas possibilidades muito relevantes de nós avançarmos e gerarmos renda e emprego para a população”.
Além disso, o programa também oferece 550 milhões de reais do Fundo do Clima, com juros de 1% ao ano. “O custo total do programa é de 51 bilhões de reais. Nós estamos longe disso, estamos começando com uma oferta concreta e não retórica: 450 milhões [de reais] não reembolsáveis e 550 milhões [de reais] do fundo clima, com juros de 1% ao ano, para as empresas também entrarem nesse processo de restauração da floresta nativa e da floresta produtiva”, acrescentou Mercadante.
Apesar das metas ambientais do programa, liderado pela diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello, que visa restaurar 6 milhões de hectares, a inclusão do MST como um dos beneficiários levanta questionamentos sobre a gestão e finalidade dos recursos e a transparência na alocação dos fundos. As declarações de Mercadante intensificam o debate sobre a efetividade e os possíveis desdobramentos desse financiamento.