Publicado em 20/11/2023Javier Milei, candidato liberal, foi eleito presidente da Argentina, superando o peronismo com mais de 55% dos votos. Ele derrotou Sérgio Massa, ministro da economia do governo de Alberto Fernandez.
Entre as propostas de Milei está a adoção do dólar como moeda principal na Argentina, seguindo o exemplo do Equador. Enfrentando uma inflação superior a 130%, o novo presidente planeja fortalecer o agronegócio para impulsionar a economia e aumentar a competitividade com o Brasil.
Durante a campanha, Milei gerou controvérsias com declarações sobre o agronegócio e as relações comerciais da Argentina, principalmente com a China e o Brasil. Cerca de um mês atrás, Milei declarou que não negociaria com "comunistas", referindo-se especificamente a Lula e a China, grandes parceiros comerciais da Argentina.
Milei, em entrevista ao jornalista norte-americano Tucker Carlson, afirmou: “Eu sou um defensor da liberdade, da paz e da democracia. Os comunistas, os chineses, [Vladimir] Putin e Lula não fazem parte disso. Queremos ser o farol moral do continente, defendendo liberdade, democracia, diversidade e paz. Não promoveremos ações com comunistas e socialistas”.
As relações da Argentina com o Brasil, seu terceiro maior parceiro comercial, podem ser impactadas por essas posições. Milei também mencionou a possibilidade de "eliminar o Mercosul", alegando prejuízos ao seu país. Porém, recentemente, suavizou sua postura, indicando não interferir nas negociações do setor privado. Ele esclareceu: “Sobre as mentiras de que não deveríamos negociar com a China ou o Brasil, é falso. É uma decisão do mercado privado, e o Estado não deve intervir para evitar corrupção”.
Segundo a Bloomberg, o agronegócio argentino foi um dos principais apoiadores de Milei, que prometeu reduzir os impostos de exportação e dar liberdade aos agricultores para comercializar suas safras