Publicado em 04/05/2022O principal gargalo para o Brasil se tornar um grande exportador de produtos lácteos é a falta de acordos sanitários e tarifários com outros países, disse, ontem (3), o diretor Comercial da fabricante de queijos e produtos lácteos Tirolez, Paulo Hegg, em live promovida pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) com o tema "Mercado internacional de lácteos - cenário, potencialidades e desafios para um Brasil exportador".
"Além de termos dificuldade com a matéria-prima (leite) cara, temos pouquíssimos acordos bilaterais", disse ele, acrescentando que, por vezes, em sua experiência de mais de 40 anos no mercado externo, ele volta e meia encontra algum nicho interessante para colocar os produtos da Tirolez. "Encontramos um nicho interessante, mas, na hora de exportar, vemos que no país de destino há um imposto de importação muito alto", exemplificou.
Ele comentou que, recentemente, o mercado do México foi aberto para lácteos do Brasil, mas os queijos brasileiros ainda pagam impostos de importação ali entre 20% e 40%, a depender do tipo de produto. "Levamos 20 anos para conseguir acordo sanitário com o México, mas pegamos uma alíquota de até 40%", assinalou. "Já o queijo que entra no México vindo dos Estados Unidos tem tarifa zero." A solução, para o executivo, é "o governo brasileiro negociar". "O governo brasileiro tem de chamar a contraparte do governo mexicano e tratar de negociar (a redução de tarifas). É condição sine qua non para termos sucesso na exportação de lácteos."
Na mesma live, a gerente comercial B2B Nacional e Internacional da Laticínios Porto Alegre, Cibele Pinheiro Dias, citou que, na África do Sul, o imposto de importação é de 40%, o que torna inviável a exportação. "Temos um mercado grande, mas dependemos da ajuda do governo e dos órgãos para que eles nos concedam condições melhores de negociação." Com informações do Broadcast.