Publicado em 25/03/2021A redução de animais abatidos durante o período de safra foi impactada por quatro fatores no estado do Mato Grosso do Sul. De acordo com o Diretor da Famasul, Frederico Stella, o primeiro fator foi a retenção de fêmeas. “O volume abatido de 2019 para 2020 registrou queda de 19,3%. Estamos observando que muitos pecuaristas estão segurando para virar matrizes”, comentou.
A participação de fêmeas no volume total abatido no estado estava em 47% até 2019, mas no ano passado passou para 44%. O volume de macho abatido registrou uma queda de 6% se comparado com os dados de 2020.
Outro fator que impactou a oferta de animais no estado foi a falta de precipitações que atrasou a qualidade das pastagens. “No mês passado tivemos um bom volume de chuvas e isso impactou no ganho dos animais e foi necessário suplementar o gado com ração. Isso acabou encarecendo os custos de produção”, ressaltou.
Apesar dos valores da arroba estarem elevados, o preço do milho acaba comprometendo a margem do pecuarista. “O pecuarista prefere deixar o animal engordando a pasto e dá um suplemento proteico, mas esse gado vai demorar a chegar no mercado”, informou.
O estado conta com um programa chamado Novilho Precoce que incentiva o abate de animais até 24 meses. "Nos últimos dez anos houve um incremento de oferta de macho precoce de quase 500%. Por um lado, isso é muito positivo já que a carne fica mais macia. Só que pra ficar pronto em menos tempo precisa de uma alimentação mais intensificada e a conta fica apertada pro lado do pecuarista”, destacou.
As negociações da arroba do boi gordo estão ao redor de R$ 295,00/@ a R$ 300,00/@ e as fêmeas estão próximas de R$ 280,00/@ a R$ 285,00/@. “Os preços estavam em alta nos últimos dias, mas eu acredito em uma estabilidade nas cotações para os próximos dias. As indústrias que atendem o mercado interno estão comprando de forma cautelosa e a expectativa é que a retomada do auxílio emergencial ajude no consumo”, disse. Com informações do Notícias Agrícolas.
