Publicado em 14/08/2020O milho safrinha de Mato Grosso, na reta final da colheita da safra 2019/20, está quase todo comercializado.
Das 33,47 milhões de toneladas (t) estimadas, mais de 90% estavam vendidas até o início desse mês.
O ritmo histórico dos negócios trouxe a reboque a valorização da saca. Menos milho disponível no mercado é igual a preços mais caros.
Na comparação anual dos períodos, a valorização do cereal é de 59%. Mesmo em alta, mercado acelera compras da safra 2020/21, que será cultivada somente a partir do final de janeiro do ano que vem.
Conforme dados atualizados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a comercialização está 7,22 pontos percentuais (p.p.) a frente do observado em igual momento de 2019. Nessa virada do mês, a colheita iniciada em maio, entrou na 12ª semana de trabalhos.
Quanto aos preços, a saca passou de R$ 23,51 para R$ 37,39 na média do indicador Imea.
“O mercado interno segue sustentando os preços do milho no Estado. Para o indicador Imea, o preço médio da saca na semana fechou cotado a R$ 37,39/sc, aumento de 5,98% em relação à média da semana passada. Descolando do mercado interno, as cotações do milho no indicador CME-Group corrente apresentaram queda de 2,29% no comparativo semanal, refletindo as expectativas da melhora da produtividade das lavouras nos EUA”, explicam os analistas.
O novo relatório do Imea sobre a comercialização destaca que a safra 2019/20 totalizou 90,45% da produção vendida, avanço de 3,37 p.p. em relação a junho. “Esse ritmo tímido das negociações, na avaliação mensal, foi influenciado pelos produtores que estão segurando as vendas, a fim de aguardar a melhora nos preços para poderem voltar a fazer novos negócios”.
A safra nova – 2020/21 que será plantada ainda no final de janeiro de 2021 – tem volume comercializado recorde para o período atual: 45,88%. Como apontam os analistas do Imea, houve um avanço de 4,99 p.p. se comparado ao mês passado.
“Ao analisar as regiões, o norte e médio norte se destacam na comercialização da safra futura, apresentando 56,40% e 48,90% da produção negociada, respectivamente”. O instituto ainda nem tem estimativas de produção para a safra futura.
Os preços praticados no mercado do cereal da safra 2020/21, seguem o mesmo ritmo acelerado das vendas, e exibe um aumento de 29,30% no preço se comparado ao mesmo período da safra passada.
Os analistas da consultoria Agrifatto destacam que mesmo em dia com dólar tímido, as cotações do cereal avançam no mercado físico e futuro, “sustentadas pela pouca disponibilidade de milho para negócios”.
E completam: “Até onde vai o preço do milho no Brasil? Essa é a principal questão que tem circundado o mercado do cereal brasileiro. Já que, mesmo em um dia em que o dólar recuou mais de 1%, a cotação do milho no mercado físico paulista se valorizou e se aproxima dos R$ 54,00/sc. Estamos diante de um ‘entesouramento de milho’. Na B3, o dia também foi marcado por altas, com o vencimento setembro/20 finalizando o dia em R$ 55,32/sc”.
As exportações mato-grossenses de milho ganharam ritmo no mês passado e chegam a 4,97 milhões t entre os meses de janeira a julho de 2020, segundo os dados da Secex.
“Observando a soja no mês passado, houve redução nos volumes da oleaginosa embarcados pelo Estado.
Com isso, as demandas para o cereal ganharam espaço no cenário do escoamento dos grãos, que neste momento apresenta maior disponibilidade devido à colheita no Estado.
Percebe-se que as exportações do milho se elevaram em 2,55 milhões t em relação ao último mês (maior crescimento no volume do ano), número que se analisado com a série histórica, segue abaixo do visto em 2019, no qual acumulou um embarque de 8,75 milhões t e comparado ao mesmo período (jan/jul)”.
Apesar da diferença anual apontada pelo Imea, as expectativas para ano safra 2019/20 do milho são positivas no Estado, podendo superar a safra 2018/19 e ser capaz de apontar recorde de exportação para Mato Grosso. Com informações do Diário de Cuiabá.