Publicado em 02/06/2020Em decisão emitida pelo juiz Wadler Ferreira do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RO) de Rondônia, a unidade da JBS em São Miguel do Guaporé deverá realizar testes nos funcionários para a detecção do coronavírus. A empresa foi interditada pelo TRT-RO no último dia 27, após Ação Civil Pública (ACP) ingressada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e Ministério Público (MP) do Estado. A suspensão será por até 14 diasou até que a empresa ter cumprido com as recomendações de prevenção à doença.
Segundo a decisão do juiz, além dos exames nos funcionários, a empresa também deverá diminuir a quantidade de pessoas que entram nos vestiários ao mesmo tempo e estipular um trabalhador para controlar o acesso, escalonar as entradas e saídas da empresa para evitar aglomeração.
Outras medidas determinadas pela Justiça é que seja fornecida a todos os funcionários máscara de proteção, touca ninja e máscara de acrílico, implantar o distanciamento de, no mínimo, um metro entre cada colaborador e, caso não seja possível, implantar uso de máscara do tipo PFF2, e não sujeitar os funcionários à horas extras.
Conforme explicado na decisão judicial, a companhia tem cinco dias para apresentar uma comprovação de que as ações determinadas pelo TRT-RO foram tomadas, e caso haja descumprimento, a multa diária será de R$ 50 mil para cada item descumprido.
O Notícias Agrícolas entrou em contato com a JBS para obter um posicionamento sobre o caso, mas não houve resposta, por enquanto.
A força-tarefa montada pela Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) e Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) em São Miguel do Guaporé, que tem por objetivo apoiar as equipes de saúde na aplicação de medidas de combate ao coronavírus e, assim, conter o avanço da doença no município deve ser concluída esta semana. São Miguel do Guaporé apresentou, na última semana, um número crescente de casos confirmados de Covid-19.
Os profissionais de saúde tanto da Agevisa quanto da Sesau também visitaram o frigorífico que teve funcionários positivados para coronavírus. No local informaram que os procedimentos relacionados à segurança estão em pleno funcionamento, como aferição de temperatura das pessoas que chegam no estabelecimento, tapete com hipoclorito e disposição de álcool em gel. As equipes foram recebidas por um técnico de segurança do trabalho e entregaram um questionário para preenchimento por parte dos gestores.
O frigorífico tem 800 funcionários, mas foi temporariamente fechado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) para não oferecer risco de propagação do vírus para os demais colaboradores. O estabelecimento se manterá 100% fechado por 14 dias.
“A ação das equipes de saúde foi de suma importância no município, creio que 90% do nosso objetivo foi cumprido”, destaca Elizane Melo, gerente técnica em vigilância em saúde do trabalhador. Em relação aos casos de Covid-19 registrados no frigorífico, ela explicou que está sendo feita análise epidemiológica para a compreensão do contágio dos trabalhadores.
A força-tarefa realizada em São Miguel do Guaporé durou três dias e no envio das equipes, tanto o secretário de Estado da Saúde, Fernando Máximo, quanto a diretora geral da Agevisa, Ana Flora Gerhardt, declararam a importância do trabalho estratégico de orientação com o objetivo de ajudar o município a identificar e implementar ações eficazes contra o avanço do coronavírus em São Miguel do Guaporé. Com informações do Notícas Agrícolas.