Publicado em 08/05/2020As exportações brasileiras de carne bovina devem superar o recorde registrado em 2019 e gerar 8 bilhões de dólares em divisas neste ano, mesmo diante da crise do coronavírus, disse nesta quinta-feira o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antônio Jorge Camardelli.
Em 2020, o maior exportador global da proteína poderá embarcar mais de 2 milhões de toneladas, 130 mil a mais que no ano passado, quando o volume já havia crescido 12,4% ante 2018, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Abiec.
Segundo ele, quando acabar a pandemia, os países que tiverem as cadeias mais organizadas, como o Brasil, vão ter a chance de aumentar sua participação em mercados globais.
Durante participação em videoconferência, Camardelli destacou que o país não conta com nenhuma unidade produtiva paralisada na área de bovinos, em função da Covid-19.
O executivo ressaltou que a China segue como principal destino dos embarques de carne bovina. Em 2019, os chineses responderam por 26,7% das compras (494 mil toneladas) e faturamento de 2,67 bilhões de dólares, segundo dados da Abiec.
Ele ainda destacou que o mercado norte-americano foi reaberto para os exportadores brasileiros da proteína in natura em fevereiro deste ano e melhora a competitividade da cadeia.
"Frigoríficos (do Brasil) que ainda não alcançaram a China podem acessar os EUA", afirmou.
Apesar das condições sanitárias do Brasil que favorecem as exportações, Camardelli admitiu que o país ainda não atinge cerca de 40% dos mercados importadores, compostos majoritariamente por países que consomem carne gourmet e pagam os melhores preços.
"Queremos participar de países como Japão, Coreia do Sul, México e Canadá, e com isto ampliar cada vez mais nossa participação nos mercados mundiais." Com informações da Reuters.