Publicado em 08/05/2020Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o Analista de Mercado da Cross Investimentos, Caio Junqueira, destacou que o dólar impacta positivamente nas exportações de carne bovina in natura. “Só que nós precisamos ter um ambiente externo favorável, porém devemos ter um ambiente externo favorável e não temos isso atualmente”, comenta.
Apesar dos preços mais baratos no mercado internacional, os valores da mercadoria em reais estão mais elevados devido ao dólar. “Nós chegamos a negociar a tonelada para a China a US$ 6.700 no final do ano passado. A China ficou ausente das compras até o fevereiro deste ano, mas retomaram as negociações em março em que pagaram US$ 5.400 por tonelada”, relata.
Atualmente, o valor médio negociado na tonelada da carne bovina está próximo de US$ 4.600. “Ainda é um preço atrativo já que equivale um animal cotado a R$ 235,00/@, se comparado com o dólar atualizado em R$ 5,87 no mercado futuro”, ressalta.
Nos últimos meses do ano passado, 27% do total produzido no Brasil foi destinado a exportação em que 60% do volume exportado foi comprado pela a China.“Hoje, as compras Chinesas correspondem a 50% do volume embarcado e nosso share entre mercado interno e externo está ao redor de 25%”, disse Junqueira.
Por conta da epidemia do coronavírus, os frigoríficos não estão ofertando as premiações para o animal Europa e Cota Hilton. “As grandes indústrias não estão precificando o boi Europa e nem estão negociando no mercado a termo, sendo que muitos já deveriam planejar para comprar esses animais do segundo giro do confinamento”, aponta.
Mercado Interno
As programações de abate estão aumentando gradativamente a cada semana. “Nós tínhamos um cenário em que as escalas estavam da mão para a boca. Hoje, temos uma média a níveis Brasil de 8 a 12 dias úteis. Algumas indústrias no estado de São Paulo tem escalas preenchidas para o mês inteiro”, conta.
Com relação ao consumo interno, o analista explica que as projeções indicam que a demanda deve reduzir nos próximos dias. “A minha leitura nestes primeiros quarenta dias de pandemia é que as pessoas estão consumindo normalmente a carne, mas se esse movimento vai continuar ou não é uma incógnita”, explica. Com informações do Notícias Agrícolas.