Publicado em 13/02/2020O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto disse, em entrevista à GloboNews, que o crescimento da economia deve ser gradual, mas ponderou ser preciso avaliar em que medida o coronavírus vai afetar a atividade no Brasil.
"A gente precisa esperar para ter algum efeito no Brasil. Certamente algum efeito terá", disse Campos Neto, acrescentando que os impactos do vírus são de toda forma baixistas para a atividade, mas dúbios para a inflação, que poderia subir em caso de forte aversão a risco.
Ele afirmou que a economia deverá ser incentivada pelo setor privado, com diminuição e posterior estabilização do investimento público. O BC projeta aumento de 2,2% no PIB brasileiro em 2020, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro de 2019.
O chefe da autoridade monetária foi questionado quanto a uma aparente divergência dentro do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC sobre o nível de ociosidade da economia --conforme debate trazido pela ata do Copom divulgada nesta semana.
"Não teve duas bandas no Copom. As votações foram unânimes. O que a gente tentou fazer e eu tenho tentado fazer cada vez mais é ser mais transparente sobre o debate que ocorreu no Copom", disse. "É impossível ter um debate no Copom onde todos os membros acham as mesmas coisas sobre os mesmos fatores."
Campos Neto defendeu ainda as sinalizações que acompanharam as decisões de política monetária. "Teve uma cadência bastante lógica. Usamos a linguagem de cautela, diminuiu o ritmo para (corte de) 0,25 (ponto percentual) e depois teve uma parada. Então foi muito compatível com o que vínhamos dizendo nos comunicados." Com informações da Reuters.