Publicado em 10/07/2008Do início do mês de junho até o dia 19 do mesmo mês, o valor da arroba subiu praticamente R$ 1 por dia, segundo aponta o índice Esalq/BM&F para o boi a prazo no mercado físico, segundo o Cepea. A partir dessa data, as cotações estacionaram na casa dos R$ 95/arroba, variando poucos centavos - para mais ou para menos. No último dia 8 de julho, o índice apontou R$ 95,73 a arroba em São Paulo.
Ontem, segundo a Safras&Mercados, o mercado este ve calmo também por conta do feriado em São Paulo e manteve os mesmos níveis, entre R$ 94 e R$ 95 a arroba do boi a prazo, para descontar o Funrural. "De uma semana para cá a arroba está subindo cerca de R$ 0,02 ou R$ 0,03 por dia", disse Rafael Palamar, consultor da Safras. De acordo com o analista, o desaquecimento pode ser conseqüência de dois fatores. Um deles é a menor oferta por parte dos produtores e também o desaquecimento do consumo por conta dos preços da carne. "O Dia dos Pais pode movimentar um pouco o mercado novamente", acrescentou Palamar.
Mercado externo
A abertura de alguns mercados, como o da União Européia para os estados de São Paulo e Paraná anunciada no final de junho, e de Israel - ainda em negociação para o Estado do Paraná -, pode trazer mais pressão altista sobre os preços na entressafra. Até agora, no entanto, a notícia em relação à abertura da Europa para os dois estados brasileiros ainda não trouxe conseqüências.
O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, solicitou nesta terça-feira ao ministro da Agricultura de Israel, Shalom Simhon, o reconhecimento do Paraná como livre de febre aftosa com vacinação. A intenção do governo federal é viabilizar a exportação de carne bovina da região para aquele país.
Para o pleito, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) se baseia no reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em maio deste ano, de dez estados brasileiros mais o Distrito Federal de áreas livres de aftosa com vacinação. Entre eles, o Paraná.
Ganharam também o mesmo status fitossanitário, os estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe, Tocantins e o Distrito Federal.
No encontro dos dois ministros, na terça-feira passada, o Brasil também requisitou a Israel os critérios do país para exportação de soro bovino brasileiro.
Segundo informações do Mapa, a autoridade israelense também declarou interesse em exportar para o Brasil produtos vegetais utilizados em rituais religiosos, como o salgueiro e uma espécie de palmeira. Esses vegetais estão sob análise de risco de pragas, pré-requisito para a importação do produto.
Dados do Mapa indicam que o agronegócio brasileiro tem participação de destaque nas exportações brasileiras para Israel. Dos US$ 356 milhões comercializados para o país em 2007, US$ 236 milhões foram em produtos agropecuários. Entre os principais estão a carne bovina in natura, a soja em grão, o açúcar refinado, o suco de laranja, o milho e o café verde.
Do lado das importações brasileiras do agronegócio, os produtos mais adquiridos de Israel, no ano passado, foram sementes de hortícolas, leguminosas, raízes e tubérculos, totalizando US$ 2,9 milhões, e sucos e extratos vegetais, que resultaram em US$ 1,5 milhão.
União Européia
Outro estado que, em breve, poderá ganhar reconhecimento da OIE, segundo o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Inácio Kroetz, é o Mato Grosso do Sul. O status fitossanitário deve ser alterado até o final de julho, segundo espera o governo brasileiro. Com isso, o Ministério da Agricultura poderá reivindicar a inclusão do estado entre as regiões habilitadas a exportar carne para o bloco europeu, conforme explicou o secretário.
Nos casos das regiões de São Paulo e Paraná, já liberados, para que possam efetivamente exportar carne para a região, o governo fará auditorias em propriedades que fazem parte do Sistema de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov). Com informações do DCI.