Publicado em 16/05/2019Mato Grosso do Sul segue um cronograma estabelecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para que a partir de 2021 suspenda a vacinação contra a febre aftosa para os rebanhos bovino e bubalino. A medida visa obter o reconhecimento da Organização Mundial de Sanidade Animal (OIE) como área livre da doença sem vacinação.
De acordo com a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), o estado está no bloco 5 do planejamento do MAPA, junto com Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Neste grupo, o Paraná já pediu a antecipação do prazo e em 2019 já não vai mais vacinar seu rebanho. Santa Catarina já é área livre sem vacinação e existe a expectativa de que o Rio Grande do Sul seja o próximo a pedir a antecipação do prazo.
O presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária e Políticas Rural, Agrária e Pesqueira da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Márcio Fernandes (MDB), disse nesta quinta-feira (16), em entrevista no “Papo das Seis”, do Bom Dia MS, que considera ser difícil o estado antecipar esse prazo e apontou as dificuldades de fiscalização nas fronteiras com o Paraguai e a Bolívia, como um dos gargalos que tem de ser superados nesta trajetória.
“É preciso executar várias ações, 103 no total. Precisamos segui-las passo a passo, para que possamos em 2021, cumpridas todas as exigências, obter o status de área livre de aftosa sem vacinação, como já tem, por exemplo, Santa Catarina. Eu acho difícil [antecipar o prazo]. Como presidente da Secretaria Nacional de Agricultura na União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), levei essa discussão e existe uma grande preocupação de todos os estados com isso [antecipação]. Para nós aqui a dificuldade é imensa, mais do que para outros estados, por conta da fronteira seca, que é muito ampla. Nessas áreas é difícil fazer a fiscalização e o controle sanitário”, ressaltou.
Segundo o governo do estado, Mato Grosso do Sul tem 1.517 quilômetros de fronteira, sendo 1.131 quilômetros com o Paraguai e 386 quilômetros com a Bolívia Desse total, 549 quilômetros são da chamada “fronteira seca”, em que não existem muros ou obstáculos físicos. Para atravessar de um país a outro basta passar, até mesmo a pé, uma imaginária linha internacional.
Fernandes ressaltou que mais importante que antecipar o prazo, é que o estado cumpra o cronograma estipulado pelo MAPA. “Se cumprirmos já está de bom tamanho. Precisamos é alcançar esse status de área livre de aftosa sem vacinação. Se não cumprirmos, aí sim teremos prejuízo”, alertou.
O deputado disse que o novo status sanitário deve possibilitar a Mato Grosso do Sul a conquista de mercados ainda mais exigentes, o que deve movimentar toda a cadeia produtiva do setor, fomentando a instalação de novas indústrias de abate e processamento da proteína no estado, o que deve refletir na geração de novos empregos e renda. Com informações do G1.