Publicado em 11/03/2019O conglomerado Banco Original teve lucro líquido de R$ 2,731 milhões em 2018, uma alta de 82,1% na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado bruto da intermediação financeira caiu 3,4%, a R$ 599,369 milhões.
As receitas de tarifas e prestação de serviços somaram R$ 48,546 milhões, com alta de 32,9%. Já as despesas de pessoal e administrativas diminuíram 2,8%, a R$ 637,190 milhões.
A carteira de crédito do Original teve expansão de 19,7%, a R$ 5,936 bilhões. A carteira agro cresceu 95,7%, a R$ 1,624 bilhão; os créditos corporate tiveram avanço de 24%, a R$ 2,151 bilhões; em pessoa física houve alta de 22,3%, a R$ 367,080 milhões; e o portfólio de recebíveis recuou 14,3%, a R$ 1,790 bilhão. A inadimplência caiu para 2,02%, de 3,13%.
"Mantemos a perspectiva anteriormente compartilhada de que os resultados do banco devem ainda apresentar volatilidade até a maturação da atividade de varejo, esperada para o começo de 2020, mantidas as expectativas positivas políticas e econômicas atuais do país", diz o relatório da administração. O banco terminou 2018 com 720 mil clientes, um crescimento de 33%.
O índice de Basileia subiu para 16,3%, de 13,6%.
No ano passado, o Original decidiu criar um conselho de administração, que será presidido por Marcio Linhares, que comandou as operações do banco entre 2016 e dezembro de 2018. A criação ainda depende de aprovação do Banco Central. Alexandre Abreu, que foi presidente do Banco do Brasil, assumiu como presidente do Original em janeiro deste ano.
Vendas de ativos
Em 2018, o Original realizou a cessão de uma carteira de crédito com transferência substancial de riscos e benefícios, para a J&F Investimentos, no montante de R$ 166 milhões. Uma fatia de R$ 116 milhões foi recebida em cotas do Colorado Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia e os R$ 50 milhões restantes em caixa. O Colorado possui investimentos na Flora Produtos de Higiene e Limpeza, que também é do grupo J&F.
Além disso, em dezembro, o Original vendeu uma fatia de 80% da Original Corporate Corretora de Seguros para a J&F Investimentos, o que gerou um ganho não recorrente de R$ 177,563 milhões. "Como a J&F é grande pagadora de prêmios de seguros nas suas diversas atividades econômicas, fez sentido a centralização do tipo de negócio. O Banco vai continuar usando dos serviços da corretora para incrementar os negócios com seus clientes pessoa física e jurídica, e poderá oferecer serviços mais diversificados, tais como seguros de automóveis, de residências, de patrimônio, bem como de previdência privada, mediante uma plataforma aberta em parceria com as grandes seguradoras do país."
Auditoria
O balanço do Original foi auditado pela KPMG, que emitiu um parece com "ênfase", em função do acordo de colaboração premiada de executivos e ex-executivos e de leniência da JBS e J&F Investimentos, esta última atual acionista indireta do conglomerado. No balanço, o Original afirma que ainda existem investigações em andamento e que a conclusão delas "poderá tratar de fatos pertinentes a qualquer das sociedades nas quais a J&F detém participação direta ou indireta".
Além disso, outra "ênfase" dos auditores foi sobre transações com partes relacionadas. Com informações do Valor.