Publicado em 09/02/2018O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Eduardo Guardia, recebeu nesta manhã Wesley Batista Júnior, filho de Wesley Batista e presidente de operações da JBS no Brasil, e o presidente de operações globais, Gilberto Tomazoni. A empresa teria ido apresentar ao governo o plano de recuperação adotado depois da prisão dos dois principais executivos, os irmãos Joesley e Wesley Batista.
— Vieram fazer uma apresentação da empresa e mostrar o que tem feito em termos de aprimoramento de melhora de governança corporativa de compliance — falou número dois do Ministério da Fazenda.
Eduardo Guardia ressaltou mais de uma vez que a reunião foi agendada com ele. E que não comunicou o ministro Henrique Meirelles sobre o encontro. Meirelles foi executivo do grupo antes de assumir o cargo de ministro da Fazenda.
— Não teve nenhum pedido e não tratamos de nenhum outro tema. Não tratamos de tributário ou qualquer outro tema. Foi simplesmente uma apresentação — disse o técnico que fez questão de frisar que recebeu os executivos na presença de dois técnicos do ministério.
Questionado se não era estranho o secretário-executivo receber os executivos justamente do grupo que está no epicentro do escândalo de corrupção, ele disse que não. E que sempre recebe empresários para falar de negócios e economia.
— Minha agenda é pública não tenho nada para esconder.
Guardia não quis fazer uma avaliação da empresa.
— Eu simplesmente ouvi o relato de uma empresa que é grande e é importante para o Brasil.
O pai dos irmãos Batista, José Batista Sobrinho, estava marcado para comparecer à reunião. No entanto, não foi ao encontro.
Antes do encontro, Meirelles comentou o assunto. Questionado se não seria estranho o governo receber o pivô da crise institucional dos últimos meses, ele respondeu:
— Pergunte a ele (Eduardo Guardia), porque eu também não participei da marcação dessa reunião. Com infomações do jornal O Globo.