Publicado em 17/10/2017O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da JBS, na Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul, deputado estadual, Paulo Corrêa (PR), em resposta aos protestos dos quase dois mil funcionários do frigorífico, que lotaram o plenário da Casa na manhã desta terça-feira (17), declarou que os R$ 6,5 milhões bloqueados pela CPI não interfere no pagamento de funcionários da empresa e que troca os valores por outras garantias, como iates e casas em Miami.
“Eles estão mentindo para vocês, a CPI bloqueou apenas R$ 6,5 milhões em valores da JBS”, disse Corrêa, durante sessão de hoje, no Legislativo.
O parlamentar também criticou a manifestação, declarando que o movimento tem forte conotação política. "Parlamentares que nem são da CPI ficam defendendo o desbloqueio de bens desses picaretas", disse.
Os funcionários lotaram o Legislativo na tentativa de pressionar parlamentares a pedir o desbloqueio dos bens e das contas da empresa.
Os representantes dos funcionários disseram que temem que os bloqueios em contas bancárias dos frigoríficos resultem em atrasos de salários e até demissões.
“Estamos muito preocupados. Queremos montar comissão formada pelo Governo do Estado, Legislativo, representantes dos trabalhadores, frigoríficos e representantes da avicultura para que seja debatido o desbloqueio das contas da empresa”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Carnes e Derivados de Sidrolandia, Sérgio Lonzan.
Deputados, integrantes da CPI, Corrêa, presidente da comissão Eduardo Rocha (PMDB), relator Paulo Siufi (PMDB), Flávio Kayatt (PSDB) e Pedro Kemp (PT) aceitaram o pedido dos trabalhadores da JBS e se reuniram, na sala da presidência, para apresentarem propostas.
“Podemos trocar as garantias. Pedimos os desbloqueios dos valores nas contas e, em troca, eles dão de garantia iates e casas em Miami”, disse Corrêa.
O republicano ratificou ainda que o Estado não pode ficar sem resguardar os 93% das notas que foram analisadas durante os trabalhos da CPI. “São R$ 115 milhões de notas frias. A JBS não é confiável e em nenhum momento pedimos para segurar o salário de vocês (funcionários da empresa). Temos que restaurar a verdade”, reforçou Corrêa.
Outro integrante da CPI, o deputado Eduardo Rocha, defendeu novamente a ideia de pedir para que Mato Grosso do Sul participe do acordo de leniência que a empresa fez com o Ministério Público Federal (MPF), onde dez bilhões deverão ser devolvidos pela empresa à União.
“Podemos pedir para o deputado federal, Carlos Marun (PMDB), intervir e colocar o Estado no acordo. Pedir os R$ 730 milhões dos dez bilhões para o MS. Queremos um pedaço desses dez bilhões”, disse Rocha. Com informações do Correio do Estado.