Publicado em 13/09/2017Wesley Batista, preso na manhã desta quarta-feira em uma operação da Polícia Federal, está no comando do grupo JBS, o maior produtor de carne do mundo, desde 2011. Antes disso, o empresário, que tem hoje 44 anos, passou uma temporada nos Estados Unidos, onde o grupo havia feito uma série de aquisições bilionárias, como as empresas Swift e Pilgrim’s Pride. Wesley foi o responsável pela integração dessas operações ao grupo brasileiro.
Segundo dos filhos de José Batista Sobrinho, o fundador do açougue que daria início ao conglomerado, Wesley sucedeu os irmãos Joesley, o caçula do clã, que após sair do comando da JBS tornou-se o presidente da holding do grupo, a J&F, e o primogênito José Batista Júnior, conhecido como Júnior Friboi, que deixou as operações da JBS.
Wesley apareceu na lista da revista Forbes no ano passado entre as pessoas mais ricas do País - ocupava a posição 66 entre os bilionários brasileiros.
Delator, ao lado do irmão Joesley, Wesley não é alvo da nova investigação pedida por Rodrigo Janot e não tinha sua colaboração ameaçada. Mas, antes da prisão decretada nesta quarta-feira, pessoas próximas aos assessores da JBS já avaliavam que o pior cenário seria a saída forçada de Wesley do comando sem uma transição, o que causaria estrago em um setor marcado pela quebradeira de empresas.
Wesley, além de dominar as questões operacionais da JBS, é quem tem concentrado as negociações de alongamento das dívidas com bancos - o contrato de refinanciamento foi assinado, mas a JBS ainda tem de concluir constituição de garantias - e as vendas de ativos, que estão encaminhadas
O empresário tem a missão de liderar o fechamento da venda de negócios, necessária para garantir a sobrevivência da holding e da JBS, enquanto tenta manter-se no cargo. Sócio dos Batista na JBS, o BNDES quer sacá-lo do posto. E agora ganhou uma ajuda da Polícia Federal para fortalecer seus argumentos. Com informações do portal Estadão.