Publicado em 23/03/2017Em nota conjunta emitida no final da tarde de ontem, a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), deixaram claro que vão aceitar que empresas se utilizem do atual momento “para manipular o mercado e pressionar o preço da arroba. A produção de carne em Mato Grosso, bem como em todo o Brasil, depende da parceria de todos os integrantes da cadeia produtiva”.
A afirmação é uma resposta às informações que veicularam durante o dia de ontem sobre a suspensão de abates em todo o país e que em Mato Grosso teriam sido antecipadas em até dois dias por algumas unidades do JBS Friboi, como foi informado anteontem pelo deputado Wancley Carvalho (PV), que disse que desde a última terça-feira, as unidades de Pontes e Lacerda e Araputanga da multinacional brasileira deixaram de comprar gado da região.
Em razão das paralisações, as entidades que representam os pecuaristas temem que o represamento das compras venha a pressionar a o valor da arroba. “A Famato e a Acrimat entendem que o momento é de incertezas e de acomodações no mercado e manifestam apoio ao setor industrial e ao governo na negociação e certificação da qualidade da carne produzida no país”.
Ainda na nota, as entidades contam que desde o início da crise deflagrada pela Operação Carne Fraca da Polícia Federal, elas têm acompanhado os desdobramentos e conversado com as principais lideranças do país. “Inegavelmente, o caso é grave e nos causa grande preocupação porque, nesta ordem, envolve a segurança dos alimentos que são colocados nas mesas de nossas famílias, atinge toda a cadeia produtiva brasileira de produção de proteína animal, coloca em risco o emprego de milhões na indústria frigorífica e o sustento de outros tantos milhões de produtores rurais, sejam eles pequenos, médios ou grandes”.
A nota destaca ainda que o Serviço de Inspeção Federal Brasileiro, o SIF, é considerado um dos mais eficientes e rigorosos do mundo. “No entanto, o arranhão à imagem do Brasil foi feito e precisaremos trabalhar arduamente mais uma vez – nós produtores rurais, nós lideranças das entidades representativas e o Governo – para restaurar a confiança em nossa carne e em nosso trabalho. Esta tempestade vai passar porque nossa produção é forte, consolidada e de qualidade” Com informações da Acrimat e do Diário de Cuiabá.