Publicado em 22/03/2017O governo chileno indicou aos políticos brasileiros que deverá rever a suspensão de compra de carnes do Brasil e restringi-la para apenas os 21 frigoríficos sob suspeita, explicou na noite desta terça-feira o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki. Ele contou que conversou mais cedo com o embaixador chileno no Brasil e que ele apresentou essa posição. Na sequência, os ministros da agricultura dos dois países conversariam.
Essa é a posição que o Ministério da Agricultura vem buscando conquistar junto aos países que consomem carne do Brasil: de restrições exclusivas aos frigoríficos envolvidos, e não genéricas para o país.
O governo brasileiro resolveu preventivamente notificar todos os países que compram carnes brasileiras – mesmo aqueles que não nos procuraram – para informar sobre a situação. Além disso, os 21 frigoríficos tiveram seus certificados de exportação cassados até a apuração completa da situação, explicou o secretário.
— Todos aqueles com regime especial de auditoria não vão exportar mesmo, independentemente do país querer importar ou não.
Segundo o secretário, o governo ainda espera manifestações oficiais de Hong Kong e Egito, que consultaram-nos sobre a situação. Trinidad e Tobago também solicitou uma reunião com o governo. Por questões comerciais, Novacki preferiu não comentar a relação com a China.
Diferentemente do cenário externo, em que as suspensões foram preventivas até que se apure a ocorrência, para o mercado interno o Ministério da Agricultura manterá a venda dos produtos até se certificar sobre a situação. O secretário explicou que essa decisão tem elementos comerciais.
— Se trata de uma relação comercial internacional que é muito, mas muito, disputada. E se eu não fizer alguma medida hoje, e esse país entender que tem de banir definitivamente, eu corro o risco de perder não só as 21, mas todas as empresas. Eu tenho segurança de que elas (as empresas) estão dentro da conformidade e vou ter mais ainda no final dessa força tarefa. Agora, os países lá, não. Nós aqui do Ministério da Agricultura adotaríamos a mesma postura. Com informações do jornal O Globo.