Publicado em 28/09/2016Desde junho do ano passado, quando os embarques de carne bovina in natura à China foram retomados, as exportações ficaram concentradas nas mãos dos maiores frigoríficos do país. Entre as 16 plantas brasileiras autorizadas a vender ao gigante asiático, a maioria é de JBS, Marfrig e Minerva. Enquanto isso, outras 40 unidades já credenciadas pelo Ministério da Agricultura aguardam aprovação dos chineses – que já consomem 32% da carne bovina exportada pelo Brasil.
– Temos dezenas de frigoríficos de médio porte que têm condições de atender esse mercado – disse o presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Salazar.
Em Pequim, o dirigente assinou nesta semana acordo de cooperação com a China Meat Association (CMA) para tentar facilitar o acesso ao mercado chinês a indústrias brasileiras de médio porte. A CMA é formada por cerca de 600 membros da indústria chinesa de produção e distribuição de carne.
Salazar explica que para vender ao país asiático é preciso ter escala mínima de produção – o equivalente à 700 cabeças abatidas por dia. De janeiro a agosto deste ano, o Brasil exportou quase 300 mil toneladas de carne bovina à China, 53% a mais do que no mesmo período do ano passado, segundo informações da Abrafrigo.
A habilitação de novas plantas brasileiras depende de vistoria de técnicos chineses a essas unidades o que, segundo o Ministério da Agricultura, poderá ocorrer agora em outubro.
– Todo o mundo está olhando para o mercado chinês. E a habilitação passa por questões técnicas e também políticas – destaca a doutoranda Susanne Knoll, do Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (Nespro/UFRGS), que passou um ano na China pesquisando o mercado de carne bovina.
No Rio Grande do Sul, a única planta habilitada à vender aos chineses é o frigorífico da Marfrig, localizado em Bagé. Com informações do Zero Hora.