Publicado em 27/01/2016O consumo de carne de boi cresceu cerca de um quilo por pessoa neste ano e não ficou muito distante do resultado do ano passado, segundo Andrew Murchie, diretor-executivo da Marfrig Beef.
No exterior, o desempenho foi pior. Em dólares, o Brasil exportou 18% a menos entre janeiro e novembro do que no mesmo período de 2014.
As perdas foram motivadas pelas deteriorações das vendas para Rússia e Venezuela, que eram grandes consumidoras, mas que passam por desvalorização de câmbio e piora econômica, respectivamente.
A Marfrig calcula que as vendas para fora devem crescer com a abertura dos Estados Unidos, ocorrida em julho, pode gerar um efeito dominó em países que passarão a comprar mais carne.
Neste ano, os Estados Unidos reconheceram o Brasil como um país livre de febre aftosa, o que possibilita a venda de carne "in natura".
A carne processada já não tinha restrições, e era esse o principal produto que o país adquiria dos frigoríficos brasileiros, diz o executivo.
"A carne que os EUA importam é de recortes para fazer hambúrguer", afirma.
Mas como eles têm um protocolo sanitário robusto, outros países, como Coreia, Japão e Taiwan usam os Estados Unidos como referência, afirma Murchie.
"E esses, sim, compram carne de alto valor agregado, como filé e alcatra."
A mudança na política fiscal para a exportação na Argentina não deve fazer com que o vizinho aumente sua fatia de mercado.
"A Argentina tem um longo caminho para percorrer. A qualidade do animal foi negligenciada nos últimos anos, e o país precisa recompor a população bovina." Com informações da Folha.