Publicado em 20/05/2015O Brasil fechou um acordo com a China com o qual poderá ampliar as exportações de carnes em US$ 520 milhões por ano. Ontem, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, se reuniu com seu par chinês, Han Chang, e entre as decisões de cooperação acordadas está permissão para que oito frigoríficos brasileiros voltem a exportar carne bovina para China. As unidades haviam sido embargadas em 2012. Também ficou acertado que outras nove plantas de carne bovina, serão vistoriadas pelos chineses ainda em junho para a liberação das vendas.
A ministra destacou que nove frigoríficos - sete de aves e dois de Suínos - já foram vistoriados pelos órgãos de defesa sanitária do país oriental e dependem apenas da documentação para iniciarem as vendas. No total, são 26 plantas que poderão exportar carne brasileira para os chineses. "Cada uma deve agregar US$ 20 milhões a mais por ano em exportações", disse a ministra.
Depois do embargo de 2012, o Brasil manteve a venda apenas de frangos e Suínos, com atuação de 29 plantas de aves e sete de Carne Suína. "Depois da abertura para a carne bovina, queremos conquistar um nível de confiança semelhante ao que temos com a Rússia, que é uma "prelist" (lista prévia) para aprovação automática de empresas autorizadas a exportar carne. Temos mais 90 frigoríficos na fila", destacou a ministra.
Tarifas especiais
Kátia Abreu disse, ainda, que os dois países têm interesse de adotar uma modalidade de comércio, que não é o livre, mas que não tem impeditivo pela Organização Mundial de Comércio (OMC). São acordos de tarifas especiais permitido entre nações em desenvolvimento para estabelecer cotas de produtos com preferências tarifárias. "O Brasil tem interesse de exportar leite em pó para a China. A produção nacional cresce a taxas de 5% ao ano e o consumo, em apenas 3%, então temos que procurar mercado lá fora. Hoje só exportamos 1% de tudo que é produzido no país. É um produto que temos interesse especial porque ajuda mais de 800 mil produtores de leite brasileiros", afirmou.
Os chineses também querem produzir alimentos Transgênicos no Brasil. Segundo a ministra, o acordo que se firmou foi de cooperação para pesquisa. "Vamos pesquisar juntos. Já temos dois laboratórios em cooperação, um no Brasil e outro na China. Nós, que temos a responsabilidade de alimentar o nosso país e o resto do mundo, precisamos de qualidade e baixo custo com agroquímicos", disse. A ministra também antecipou que deve finalizar o Plano safra e não pretende retroceder nos valores que foram destinados ao programa no ano passado. "Não podemos cortar custeio", destacou. Mas não quis adiantar mais nada. "Vamos esperar a presidente (Dilma Rousseff) bater o martelo", concluiu. Com informações do Correio Braziliense.