Publicado em 03/03/2015O preço médio das terras agrícolas subiu 308,1% entre 2002 e 2013 no Brasil e alcançou R$ 10.619,77 o hectare, conforme estudo realizado pela assessoria de gestão estratégica do Ministério da Agricultura em parceria com o pesquisador Flavio Botelho, da Universidade de Brasília (UnB). De acordo com informações divulgadas ontem pelo ministério, no mesmo período o IGP-DI da Fundação Getulio Vargas (FGV) atingiu 121,9%.
Em larga medida, esse aumento superior à inflação pode ser creditado à mudança de patamar das cotações internacionais de algumas commodities fundamentais para o agronegócio brasileiro, como soja, milho, café, açúcar e suco de laranja. Ainda que atualmente estejam sob pressão, em parte por conta da valorização do dólar, os preços desses produtos, cuja demanda por parte de países emergentes como a China cresceu significativamente, seguem bastante acima das médias históricas que davam o tom nos mercados até meados da década passada.
Segundo o levantamento, no Centro-Oeste a valorização média das terras no período foi de 444,6%, a maior entre as cinco regiões do país. No Norte, chegou a 383,5%. Mas as terras com preços mais elevados ainda estão localizadas no Sul. Na região, o hectare alcançou, em média, R$ 21.738,39 em 2013, com destaque para o Paraná (R$ 30.137,42), como realçou José Garcia Gasques, responsável pelo departamento de gestão estratégia do ministério.
Entre os Estados, o que registrou maior a valorização média das terras entre 2002 e 2013 foi Tocantins (698,5%), seguido por Mato Grosso do Sul (586%), Sergipe (578,3%), Mato Grosso (514,1%), Pará (452,2%) e Piauí (415,8%). Também houve altas acima da média nacional em Pernambuco (385,1%), no Rio Grande do Sul (362,4%), no Espírito Santo (362,4%), em Minas Gerais (361,0%), no Amazonas (349,8%), em Roraima (344,7%) e em Goiás (323,6%).
Segundo o ministério, a terra, cujo preço é terminado sobretudo pela expectativa de ganhos que oferece, representa, em média, 70,5% do valor dos bens de um estabelecimento agropecuário no Brasil. O restante é dividido entre prédios, instalações e benfeitorias, lavouras permanentes e temporárias e matas, entre outros ativos como veículos e animais.
Segundo os dados compilados pelo ministério a partir de diversas fontes, cerca de 60% do valor das terras do país está em estabelecimentos com mais de 200 hectares. No mais recente Censo Agropecuário do IBGE, de 2006, foram identificadas 252,4 mil propriedades desse porte. Com informações do Valor.