Publicado em 02/03/2015Apesar de terem diminuído, a greve dos caminhoneiros, em protesto contra o aumento do diesel e a falta de valor mínimo do frete, continua em rodovias brasileiras nesta segunda, dia 2, com destaque no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
A Polícia Rodoviária Federal do RS informou, às 8h, que há boqueio em pontos da BR-386 (nas proximidades de Soledade e Fontoura Xavier), da 116 (Camaquã), da 392 (Cerro Largo e São Sepé) e da 472 (Santa Rosa). Já em Santa Catarina, por volta das 6h, a greve atingia a BR-163 (altura de São José do Cedro, de Guaraciaba e de Guarujá do Sul) e a 282 (trevo de Maravilha, São Miguel do Oeste e Pinhalzinho). Na noite de ontem, dia 1º, a PRF comunicou que nenhuma rodovia federal apresentava "interdição total" depois das 18h30min no país, mas detectou interdições parciais em 12 pontos, sendo 10 no Estado catarinense e duas em Mato Grosso.
A diretora-geral da PRF, Maria Alice Nascimento, ressaltou que o trabalho dos policiais "continua até o restabelecimento completo do transporte de carga, para garantir o abastecimento da população e a normalidade da atividade econômica". De acordo com ela, os policiais rodoviários federais permanecem no monitoramento da rodoviais com o apoio integrado de militares da Força Nacional e das polícias estaduais.
Desde a manhã de ontem, rodovias de Paraná, Ceará, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Bahia também apresentaram bloqueios durante o dia. Em São Paulo, caminhoneiros paralisaram duas faixas da Marginal Pinheiros no começo da tarde.
CNTA sugere tabela de fretes
O movimento dos caminhoneiros reivindica um novo reajuste no diesel, cujo valor foi elevado pelo governo federal este ano, e preços de referência para o frete. De acordo com a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), apesar de o valor do frete ser regulado pelo mercado, "caminhoneiros prestam um serviço de interesse público", portanto o governo deveria dar ênfase aos pedidos da categoria.
A entidade apresentou uma proposta em que veículos leves pagariam R$ 1,43 por quilômetro; caminhões 3/4, R$ 1,85/Km; toco, R$ 2,12/Km, truck, R$ 2,36/Km; carreta simples, R$ 3,62/Km; carreta LS, R$ 4,52/Km; bi-trem, R$ 5,71/Km; e rodo-trem, R$ 7,15/Km, sendo esses valores livres de carga/descarga e pedágio. A CNTA destaca que é possível reduzir o preço do diesel, diminuindo a carga tributária sobre o combustível, mas o governo federal já deixou claro que não adotará essa medida.
Sábado trágico
Rio Grande do Sul intensificou a mobilização após a morte do caminhoneiro Cléber Adriano Machado Ouriques, 38 anos, que morreu na manhã de sábado, dia 28, depois ser atropelado na BR-392, em São Sepé, região central do Estado. Ouriques participava da manifestação quando foi atingido por um caminhão que furou o bloqueio. Segundo a PRF, o motorista não parou e fugiu sem prestar socorro à vítima.
No sábado, 30 pontos foram bloqueados em 17 estradas federais do Brasil. Na quinta, dia 26, quando eram 88 os pontos de interdição, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou multas entre R$ 5 mil e R$ 10 mil por hora para os caminhoneiros que continuassem obstruindo as estradas. Com informações do Canal Rural.