Publicado em 11/08/2011O grupo JBS-Friboi, um dos maiores produtores de carne do mundo, fechou dois curtumes paulistas e um em Mato Grosso do Sul. As demissões chegam a 1.025 funcionários, somando as que também ocorreram num frigorífico do grupo.
A empresa alega que problemas tributários levaram ao fechamento dos curtumes paulistas. Segundo o grupo, no caso de São Paulo, não se trata de demissões, mas de reorganização, porque o mesmo número de funcionários está sendo contratado em três curtumes no Ceará, em Minas Gerais e em Goiás.
O fechamento mais recente ocorreu em Franca, na última sexta-feira. O curtume, adquirido há um ano, era o quinto maior do grupo. Foram 370 demitidos.
Em Aguaí, as demissões começaram em 15 de julho. São 350 desligamentos --a produção foi paralisada na última segunda-feira.
O Friboi não deu detalhes sobre quais seriam os problemas tributários.
Outro curtume foi fechado em Rio Brilhante (MS), com 150 demitidos --nesse caso, diz a empresa, a operação foi apenas transferida para um curtume de uma cidade vizinha.
Outros 155 foram desligados de um frigorífico em Campo Grande (MS) por remanejamento de turnos.
Socializando prejuízos
Segundo o jornalista Josias de Souza, "o mesmo Friboi que alveja o fisco mantém com o governo federal, desde 2009, uma próspera parceria.
"O BNDES injetou na ocasião R$ 3,2 bilhões no Friboi. Forneceu mais R$ 2,5 bilhões no frigorífico Bertin, adquirido pelo Friboi.
"Quando a empresa estendeu os seus negócios aos EUA, emitiu R$ 3,4 bilhões em debêntures. O BNDES comprou 99,9% do papelório.
Quer dizer: o Estado não é responsável pelas demissões, mas sócio do infortúnio dos 1.025 brasileitos que perderam o contracheque que lhes permitia encher a geladeira." Com informações da Folha.com